Essa semana o conglomerado mais poderoso de Redes Sociais lançou sua nova plataforma, atraindo mais de 10 milhões de usuários em suas primeiras sete horas de existência.
Feito como uma resposta da Meta (empresa-mãe do Facebook) ao Twitter, a nova “rede social” chamada Threads, copia o modelo de negócio do rival, com foco em compartilhamento de atualizações de texto e participação em “conversas públicas“.
Porém, como tudo nessa vida tem um preço, a novidade vem com um recheio que pode ser amargo pois se você pensava que seus dados permaneciam exclusivamente seus no Threads, é hora de repensar iniciar um perfil.
A seção App Privacy da página da App Store do Threads lista todas as maneiras pelas quais o Threads está rastreando você e usando seus dados e podemos garantir que a lista é muito, muito longa.
O cofundador do Twitter, Jack Dorsey, percebeu isso e compartilhou a seção Threads App Privacy em um tweet. O atual proprietário do Twitter, Elon Musk, respondeu com um simples “sim”.
Para ter acesso a uma lista abrangente de como o Threads coleta e utiliza seus dados, basta clicar no link “Ver detalhes” na seção de Privacidade do aplicativo na página da App Store.
Resumidamente, a nova Rede Social está coletando praticamente todas as informações possíveis, abrangendo dados sobre sua saúde, compras, informações financeiras, localização, detalhes de contato, histórico de pesquisa e histórico de navegação.
Para nós da Creation First não chega a ser uma grande surpresa, tendo em vista que a quantidade e amplitude de dados que o Threads irá coletar é semelhante ao que seu aplicativo irmão Instagram já coleta.
Dado que a Meta ganha dinheiro rastreando e criando perfis de usuários da web para vender sua atenção por meio de suas ferramentas de microsegmentação de publicidade comportamental, a questões principal é se o Threads poderá ser lançado na União Europeia, onde a base legal que a Meta usou para o processamento de dados pessoais dos usuários do Facebook foi considerada ilegal no início deste ano.
Colocar o negócio de anúncios da Meta em conformidade com a lei da UE exigirá uma mudança radical de como a empresa opera – o que não parece ser seu plano com o Threads – e coloca o império de Zuckerberg novamente no centro de questões sérias de abuso de privacidade, uma mancha que fez a empresa passar por uma mudança de marca corporativa para o grupo Meta nos últimos anos .